Em abraços dilacerantes, mordentes
Se constrói o domingo de saudades.
A luz se faz em sulcos alucinantes e
A sombra faminta de ti
Como cão de Alighieri
Em silêncio me macera e mastiga.
Faz...
O cheiro de café e entranhas
Em trânsito de metrópole
Faz...
O domingo quente
Apertado em língua embebida
Desperta e viva e incessante.
Faz...
Ancestral e tenaz
A necessidade do calor do brilho
Dos olhos miúdos espreitando
As frenéticas moléculas sedentas
Por sede e sódio
Ebulição e vapor
Sublimação e fenômeno químico.
Faz...
O domingo em piscina de ímã
Em cachoeira de estalos
Em oceano pacífico de embates.
Faz...
A limpeza do anseio
O anseio da fusão
De meu ser que és tu
E mais nada.
Faz...
O alcance do nirvana
A respiração una
O deleite e água nos poros
Faz...
O exercício pesado
De repelir o próton
O elétron em domingo.
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